As
relações familiares são estruturadas, fundamentalmente, na relação de amor e
cooperação. A base do vínculo humano se constrói na solidariedade. O tema
funções parentais precisa ser (re)estruturado nas relações conjugais que passam
por rupturas e não mais se mantêm por meio de um liame formal, tal como ocorre
no divórcio.
O
elemento complementaridade é essencial diante deste cenário. Tal noção é
baseada na necessidade de se valorar, com a devida importância, a
responsabilidade conjunta e plena dos pais no efetivo exercício de direitos e
deveres ligados ao poder familiar.
Neste
aspecto, importa esclarecer que a responsabilidade do pai e da mãe reside,
dentre outros, nos deveres de prestar saúde, educação, cuidado, zelo, afeto e
propiciar as melhores condições psíquicas e espirituais aos filhos. Mas, infelizmente,
mergulhados no intenso conflito que a ruptura do laço conjugal promove, os pais
se interessam mais nos seus próprios desejos do que nos deveres inerentes às
suas funções.
No
intuito de reduzir o conflito, o direito tenta intervir nas delicadas relações
familiares, como no caso da guarda compartilhada e na imposição de penalidades
em caso de inexistência do afeto. Aí as questões emotivas ganham sinais de
monetarização, intensificando-se as intervenções judiciais na imposição de
condutas que deveriam ser tomadas espontaneamente pelos pais, se estes se
portassem como os sujeitos detentores das funções parentais complementares e
não de condutas dispersas em seu próprio “eu”.
Funções
complementares se baseiam em aportes de energias recíprocas em busca de um fim
comum. Por mais que os sujeitos estejam distantes, por questões que não mais se
apresentam como condutas afetivas e cooperativas em prol da aliança familiar,
os frutos que derivam do casal permanecem, os filhos.
O
“amor líquido”, como proposto por Zygmunt Bauman, se esvai em momentos vazios,
rápidos, indecisos, inseguros e sem laços de definitividade. Ocorre que os
filhos permanecem e necessitam de instrução, apoio, educação e afeto.
Excelente!
ResponderExcluirObrigada pela leitura.
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